João 3.16 - Uma breve análise

01 outubro, 2011



"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" João 3.16

Pare alguns minutos e releia o texto vagarosamente. Esse versículo é o que podemos chamar de texto de ouro, pois sintetiza e revela um dos grandes atributos do Deus dos Cristãos: o Amor. Partindo desse versículo essa postagem tem o objetivo que realizar uma análise da profundidade desse simples texto.
Ainda que esse texto seja muito utilizado no principio da caminhada por alguns cristãos, Segundo C. H. SPURGEON, nele é possível encontrar alimento tanto para aqueles que há pouco abraçaram a fé como para aqueles que já são maduros em Cristo. Nesse sentido, é bom sempre revisitar as primeiras letras do Evangelho e assim refrescar a memória, voltar a Cruz encontrar-se com Cristo no momento em que ele realizou a entrega que trouxe a salvação ao mundo.
Inicialmente gostaria de ir aos textos originais do Novo Testamento para que possamos observar algumas características especiais:

outws gar hgaphsen o qeos ton kosmon wste ton uion ton monogenh edwken ina pas o pisteuwn eis auton mh apolhtai all ech zwhn aiwnion.
Observando essa sopa de letrinhas gostaria de destacar o primeiro termo em vermelho, que pode ser entendido como: "de tal maneira", essa parte do texto nos mostra que nem mesmo o apóstolo João conseguiu quantificar o amor de Deus, esse amor que que foi de modo tão maravilhoso completo e simples, fora das dimensões humanas que deu seu Filho Unigênito como resgate para a humanidade.
Pare um instante e imagine você em frente a Cruz de Cristo, pés e mãos perfuradas e uma leve brisa que move seu sangue sobre o madeiro. E saber naquele instante que a fonte da salvação humana é esta Cruz e nada mais separa a criação do seu Criador!
Vamos tentar então entender como isso funciona. De acordo com a cosmovisão Cristã Deus é pessoal e tem sentimentos, logo o sentimento mais notável desse Deus é o seu Amor pela sua criação. Desde a queda Adão a criação se apresentou como corrupta, extraviada e sem esperança uma vez que tudo que fora criado agora está sujeita à servidão por um ser humano que se rebelara contra seu Criador. Porém Deus para revelar-se excessivamente amoroso, envia o seu Filho para que o mundo decaído experimente a restauração da comunhão com o Criador.
O que motivou esse amor? Será que existe algo que merecia seu amor nesta terra? Infelizmente, não! Deus poderia muito bem derramar sua ira sobre a criação rebelde e estaria tudo resolvido. De onde vem esse amor tão especial, então? Deus é a fonte! dele vem toda sorte de boas dádivas! Ele mesmo é o autor desse maravilhoso sentimento dado a nós! O ser humano costuma medir o valor do amor de acordo com a renuncia realizada, imagine então o amor de Deus dando o seu Filho Unigênito.
Para encerrar, gostaria mostrar a ultima parte do texto que significa "vida eterna", após de estar diante do Filho de Deus e entender que ele é a Redenção do mundo nada melhor do que crer nele e obter a certeza da vida eterna. Vida essa que durará todo sempre na presença de um Deus de amor inigualável. Nesse instante mesmo aqueles que com pés vacilantes se chegam a Cristo, ainda que com uma fé fraca, podem encontrar descanso nessa maravilhosa promessa de que se nele crermos teremos a vida eterna!
Com essa pequena postagem tento descrever o tamanho do amor de Deus e espero ter alcançado esse objetivo, que Deus nos abençoe cada dia mais através de sua Palavra! Ora vem Senhor Jesus!

Referências

SPURGEON, C. H. Amor Sem Medida – Um sermão sobre João 3:16 Disponível em: http://www.internautascristaos.com.br/ebooks/Amor-sem-medida.pdf, 1850.

TAYLOR W. C. Dicionário do Novo Testamento Grego, 1991.


O cristão e a vontade de Deus


Alguns comentários acerca da prosperidade humana no meio evangélico dão a entender que aquele que está em Cristo pareça muito mais com um super-herói indestrutível capaz de realizar grandes feitos segundo a sua própria vontade. Nesse sentido, essa postagem tem o objetivo de observar a luz da Bíblia como podemos unir as características do verdadeiro Cristão e a vontade de Deus.

Inicialmente observando um breve relato dos Cristãos primitivos que se inicia na Bíblia Sagrada é possível perceber o sentimento que deveria estar presente no coração dos cristãos: o sentimento de auto-esvaziamento ou de kenosis, imitando a Cristo que "esvaziou a si mesmo tomando forma humana" Fp 2.7 segundo o que está escrito na carta de Paulo aos Filipenses. Nesse sentido, essa humilhação deveria levar os cristãos a comunhão verdadeira e adoração completa a Deus sem olhar para os interesses próprios.

Somente essa passagem seria suficiente para mostrar que os nossos interesses não podem ter a mesma força de antes de conhecermos a Cristo, porém a Bíblia está repleta de outros exemplos, como quando Jesus ensina o sentimento negação de si mesmo como está em Lucas 9.23.

É evidente que na vida poderemos experimentar sofrimentos, tais sofrimentos geralmente se caracterizam por algum tipo de privação, seja de algo ou até mesmo de alguém, nesse sentido é plenamente aceitável que no restante da vida de um cristão sobre a terra não haverá concessões a favor dessas privações, ou seja, Deus não, obrigatoriamente, intervirá para sanar essa privação.

Uma coisa que deve ser talhada em nossos corações e mentes: a nossa submissão à vontade de Deus é o suficiente para que experimentemos o que Deus reservou para nós em sua criação. Isso deve ser o guia de nossa caminhada para que quando chegar o momento de terminar a carreira nesta vida possamos entender o que o apóstolo Paulo pregava: A vontade de Deus é boa perfeita e agradável.

Espero que aos que têm um compromisso sincero com Cristo e sua palavra possam se guiar por essas realidades presentes na Bíblia Sagrada.