Pecadores nas mãos de um Deus Irado

16 janeiro, 2012

O título dessa postagem faz menção a uma pregação realizada por Jonathan Edwards, ministro congregacional, em 08 de Julho de 1741. Caso alguém se interesse em ler antes, segue o link: Pecadores nas mãos de um Deus irado.

A pregação de Edwards chama a atenção por caracterizar três aspectos importantes a respeito da justiça de Deus, da condição do homem e do seu futuro.
Pecadores, essa palavra é frequentemente encontrada nas páginas das Escrituras e significa que o homem desde o seu nascimento em uma condição decaída e corrupta a qual o conduz em uma realidade alienada de Deus. Esse estado decaído faz com que o homem se sinta esvaziado da presença de Deus, por sua vez este mesmo homem tenta criar artificios para substituir  o espaço deixado pelo Criador.



O apóstolo Paulo perante os atenienses faz uma comparação pertinente ao tratar do estado decaído do homem, o qual está sem visão:
"Se porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de nós" Atos 17.27b
Esse comparação com um homem sem visão é interessante, pois, demonstra como estão os sentidos do homem após a sua queda, nesse sentido, o homem natural nunca poderá encontrar a Deus, mas Deus em sua misericórdia vai em busca do homem decaído e lhe revela a salvação.
Vale a pena fazer menção a um célebre frase:
“Religião é a busca do homem a Deus, por isso há muitas religiões. Mas o Evangelho é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho.” JONES (?)
Sendo assim, percebe-se que ao se rebelar contra Deus no princípio o homem é punido com sua separação de Deus e assim vaga sobre a face da Terra. Até que Deus começa seu processo de atuação na história.
Uma faculdade ainda deixada nos seres humanos após a queda é o senso de justiça o qual segundo C. S. Lewis explica que há um sentimento de condenação no coração do homem, de modo que ele se encontra condenado não por códigos de etica estranhos mas pelo seu próprio.
Esse pensamento demonstra que o homem apesar de não ver a Deus ele sabe que seu proceder é contrário a vontade de dele, o que o conduz a outra faculdade humana: o arrependimento.
C.S Lewis fala a respeito da reconciliação do homem com Deus através de Jesus, expondo uma análise simples dos conceitos embutidos nas declarações existentes nas páginas do Novo Testamento, como se segue:

[Aquele] Homem, tendo sido morto, estava porém vivo, e que sua morte, de maneira incompreensível para a mente humana, produziu uma real mudança em nossas relações com o "terrível" e" justo" Senhor, modificação essa em nosso benefício. LEWIS (2006)

Essa alegação é tal modo surpreendente e chocante ou até mesmo um horror, que nos conduz a dois pensamentos ou confessamos que ele era um lunático abominável de excentricidade rara, ou caimos de joelho diante dele e confessamos que Ele é Senhor e Deus.

Então originalmente o homem encontrado em um estado corrupto, debaixo da condenação dada por Deus e reconhecida por nós mesmos, deve então buscar a Cristo de modo a alcançar as mudanças entre a relação de Deus com o homem, modificação essa em nosso benefício.

A situação deplorável do homem diante de um Deus justo não é das melhores, o que nos resta apenas buscar a reconciliação com o Criador e preencher o vazio que temos naturalmente dentro de nós.

Que Deus nos abençoe cada dia mais, através da Sua palavra!




EDWARDS, Jonathan, Pecadores nas mãos de um Deus irado, PES, 1741. Pecadores nas mãos de um Deus irado.
LEWIS, C. S, O problema do sofrimento, p. 12, Editora Vida, São Paulo, 2006.
JONES, Stanley, (?) (?).

Nada além da Bíblia

02 janeiro, 2012

Feliz 2012! Que esse novo ano Deus abençoe ainda mais a sua vida!

Bem, como todos conhecem Lutero em meados do século XVI iniciou um movimento de dentro da Igreja Romana de tão grandes proporções que chega a modificar o pensamento cristão corrente, que envolve desde o acesso à leitura da Bíblia até como ela é interpretada e entendida.
Lutero nascido na Alemanha em 1483 em 1507 foi ordenado padre da Igreja Católica da qual viria  discordar mais tarde e como qualquer cristão sensato tinha zelo pela palavra de Deus e a partir da qual se originaram as suas inquietações.



A forma como a Bíblia era utilizada naquela época perturbava Lutero pois ofuscava a verdadeira Luz que dela saía. Porém, depois da sua perseguição e excomunhão da igreja católica Lutero se vê diante de um dos seus maiores problemas: os Espiritualistas. D'aubigné, autor da obra História da Reforma do décimo sexto século, afirma que a Reforma encontrara seu maior inimigo. Mas afinal, por que os espiritualistas representavam um problema para a Reforma? Simplesmente por que eles desenvolviam um trabalho contrário ao de Lutero.

Enquanto Lutero se empenhava em demonstrar e enfatizar que a Bíblia é suficiente regra de fé e prática (Sola Scriptura) os espiritualistas se preocupavam em alvoroçar pregando: "Somente pelo Espírito é que poderemos ser iluminados". Isso era preocupante pois conduzia seguidores a uma liturgia mística e sem apego às Escrituras. Eles se baseavam na premissa que seria possível descobrir a "vontade de Deus" através da contemplação e da "luz interior" dada pelo Espírito. Segundo Maia (2007) esta era uma prática que desloca o eixo hermenêutico e provoca grandes estragos à igreja, ainda hoje.

Nesse sentido, percebo que é necessário repertir a frase de Lutero acerca das Escrituras até que alcancemos sabedoria suficiente:
"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)
Que Deus nos abençoe cada dia mais nos ajudando a guardar os princípios e ensinamentos que existem na Bíblia Sagrada.


MAIA, Hermisten (2007) Fundamentos da Teologia Reformada, Editora Mundo Cristão, São Paulo. Disponível parcialmente em: http://www.mundocristao.com.br/