A Bíblia e a alta crítica

11 março, 2012




Em meados dos anos de 1880, se forma uma junta acadêmica chamada Alta Crítica ou Crítica Textual. A alta crítica tem como objetivo analisar minuciosamente as obras literárias e expor as características que o texto possui levando a crer que as obras foram compostas por outros métodos e autores e não pelos tradicionalmente aceitos. Nesse sentido, várias obras consagradas sofreram ataque da alta crítica, como Ilíada de Homero, Shakespeare entre outros, nos quais segundo a alta crítica são verdadeiros retalhos literários, ou seja eles não pertencem a seus autores tradicionais, mas a vários.

A Biblia como a maior obra literária não poderia ficar de fora dessa avaliação. Nesse sentido, a alta crítica "percebeu" que livros canônicos da Bíblia não haviam sido escritos pelos seus autores tradicionais mas eram "retalho de manuscritos". Um dos livros atacados foram os livros de Moisés, o qual que foi entendido como tendo quatro autores distintos bem como o livro de Isaías o qual possuiria no mínimo três autores. Aparentemente a Bíblia perdera a batalha, pela deslealdade do método aplicado e principalmente pelo fato dos manuscritos existentes, os massoréticos, serem as cópias mais antigas e remontarem a quase mil anos depois dos autógrafos (os originais escritos pelos autores).

A maior estigma deixada pela alta crítica no séc IXX foi o liberalismo teológico. Essa livre maneira de interpretar as Escrituras esvaziando-a dos seus atributos divinos, o qual infestou as escolas de Teologia, proporcionou um estrago irreparável na formação de jovens e líderes das igrejas que buscavam instrução genuína. O liberalismo levou muitos a observarem a Bíblia como uma simples composição humana cheia de falhas como qualquer escrito já produzido.

Porém, Deus vela pela sua Palavra, e na decada de 1947 foram encontrados nas cavernas de Qunram nas margens do Mar Morto, alguns manuscritos que viriam a se tornar o maior achado arqueológico do séc XXI. Esses manuscritos foram encontrados acidentalmente por um pastor de ovelhas  dentro de jarros de argila. Milhares de fragmentos de cerca de 350 obras bíblicas e extra-bíblicas. Esse material veio a ser identificado como pertencente a uma seita ascética do judaísmo, os essênios, que haviam habitado os desertos do Mar morto e protegido os manuscritos nas cavernas. Esses manuscritos foram datados de VI AC e por sua vez continham preciosas referências dos livros do AT, principalmente do livro de Isaias que estava completo e conservado da maneira como conhecemos hoje. Conforme fig. 1.



Fig. 1 - O grande rolo de Isaías.


Recentemente a Google se prontificou em digitalizar e disponibilizar as cópias dos manuscritos do Mar Morto para consulta online, esses manuscritos se encontram em grego, aramaico e hebraico.

A variação textual ínfima nos textos encontrados comprova mais uma vez que os textos que possuimos hoje são confiáveis e que por sua vez a Palavra de Deus permanece fiel. Nesse sentido, toda a mensagem que foi inspirada permanece assim como Deus desejou que fosse transmitida.


Referências

The Digital Dead Sea Scrolls http://dss.collections.imj.org.il/ Fev 2012

Colon, Peter. O verdadeiro tesouro dos Manuscritos do Mar Morto, Beth-Shalon Fev 2012

Introduction to the dead sea scrolls. http://www.english.imjnet.org.il/htmls/page_1348.aspx?c0=14778&bsp=14389. Fev 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário