A assombrosa humanidade de Cristo

01 dezembro, 2012



O cristianismo possui em um de seus pilares uma doutrina interessante, na qual o Deus criador se acha em forma em humana afim de redimir os pecados da sua criação. Esse ensinamento geralmente é visto rapidamente pelos cristãos, mas quando analisado cuidadosamente provoca espanto, pois revela diversas características do Criador se identificando com sua criação de uma maneira totalmente diferente.

Na teologia, o fenômeno no qual Deus em Cristo se torna homem é chamado de kenosis, de origem grega a palavra significa "esvaziamento", e foi utilizada no texto de Paulo aos Filipenses 2.7 com o sentido de que Cristo deixou alguns atributos da sua divindade.

Ao se falar de "Deus na Terra", temos que falar um pouco sobre um sentimento muito interessante, que está presente na estrutura humana desde os períodos mais antigos, o numinoso. Segundo C. S. Lewis, em O problema do sofrimento, o sentimento do numinoso não está relacionada ao medo, mas numa mistura entre a reverência e o pavor ao invisível. O ser humano sempre se viu rodeado de uma imensidão e perigos, sempre pensando que o universo fosse permeado pelo sobrenatural.

Tratando-se dos judeus, temos o Monte Sinai com terremotos e trovões, e sendo "assombrado" pelo que chamaram de "Senhor justo, que ama a justiça". Nesse caso, além do sentimento de reverência, existe o senso moral atribuído a ele, o que o torna uma entidade que exige moralidade dos que com ele se identificam.

A humanidade de Cristo chega a ser espantosa, pois demonstra que o próprio Deus esteve entre os homens e pregava uma mensagem muito peculiar, que ia desde uma ética estranha até predições sobre o futuro. O que mais chama a atenção, também, é que além de vir ao mundo Jesus experimenta o escárnio e a morte, e morte de cruz.

Essa mensagem, como disse Paulo, é loucura para os gregos e escândalo para os judeus, mas para nós é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.


Referências

LEWIS, C. S, O problema do sofrimento, Editora Vida, São Paulo, 2006.




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