A cultura humana está encharcada pela busca da auto promoção e da fama, desde a mais tenra idade somos estimulados à busca pelo sucesso. Nos últimos dias a busca pela fama entra nos círculos evangélicos provocando os devidos estragos. Como falo para cristãos espero que o pensamento sobre a fama e sucesso possa ser compreendido como algo prejudicial e nocivo ao cristão.
A vida contém períodos de solitude e recolhimento. Paulo, o grande apostolo dos gentios, passou um período recluso em lugares desertos a fim de meditar e digerir as visões e mudanças que ocorreram na sua vida desde que se encontrara com o terrível Cristo ressuscitado, o qual o chamara para padecer por amor do seu nome. O mais interessante na carreira de Paulo é que o mesmo não alcançou o status de notável apóstolo de maneira instantânea, mas foi alcançado após um longo período de aperfeiçoamento e refinamento segundo a graça de Deus.
Um dos primeiros pontos a se observar sobre a trajetória de vida e o pensamento de Paulo é que o mesmo acreditava que qualquer cristão (notável ou não) era apenas produto da abundante graça de Deus, nada mais, ou seja, não há méritos humanos dentro da perspectiva da graça. É nessa realidade que o sucesso e a fama desejada pelos corações humanos devem desaparecer.
O apóstolo Paulo foi sem dúvida uma grande ferramenta da graça de Deus, não se pode negar isso, e não podemos negar que o mesmo teve o prazer de ter tido sua história de vida eternizada nas páginas das Bíblia Sagrada. Mas o que dizer dos milhares de cristãos que viveram e morreram pelo Evangelho, sem que ao menos se ouvisse os seus nomes? O que dizer dos cristãos que o único e último momento glória diante dos homens foi ter seu nome pronunciado pelo algoz ante a sua execução em uma arena numa guilhotina?
O apóstolo Paulo foi sem dúvida uma grande ferramenta da graça de Deus, não se pode negar isso, e não podemos negar que o mesmo teve o prazer de ter tido sua história de vida eternizada nas páginas das Bíblia Sagrada. Mas o que dizer dos milhares de cristãos que viveram e morreram pelo Evangelho, sem que ao menos se ouvisse os seus nomes? O que dizer dos cristãos que o único e último momento glória diante dos homens foi ter seu nome pronunciado pelo algoz ante a sua execução em uma arena numa guilhotina?
Infelizmente os ensinamentos da "teologia da prosperidade" que tenazmente assediam os cristãos em todo o mundo acabam sucumbindo diante dessas perguntas, tendo em vista que a mesma não concebe que um cristão verdadeiro possa vir a sofrer dessa maneira. Oferece um evangelho que enfatiza as obras e despreza a graça, coloca o homem como o centro e Cristo como nosso mordomo. Relativizam as Escrituras a tal ponto de descaracterizá-la. Infelizmente o "cristianismo" do sucesso e da fama terá seu espaço por algum tempo, até que a heresia e a mentira corroam sua doutrina tornando-a ainda mais pálida e desfigurada.
Resta aos que ainda se lembram do valor e da responsabilidade de carregar a mensagem da graça de Deus, que mantenham firme a confissão e a pregação do Cristo crucificado, da graça suficiente e gratuita. Mesmo que seus nomes sequer sejam mencionados entre os círculos evangélicos mas que Cristo conhece o trabalho e o compromisso que há dentro de cada coração que foi achado pela sua maravilhosa graça.
Deus nos abençoe!
Referências
FOXE, John. O livro dos mártires. Ed. Mundo Cristão. São Paulo. 2003.